domingo, 27 de janeiro de 2008

Crônica do Desdesejo



[ Brincando de inventar palavras]


Domingo à tarde. Um dia daqueles! Vontade de não fazer nada, nem ao menos pensar! Pensar é que eu não quero mesmo, depois daquele sábado trerriveloso. Bom, mas não adianta: pensar não é preciso, escrever é preciso. Peguei a caneta e o papel. O que dizer, ou melhor, o que tornar matéria dentre tantos despensamentos. Bom, já estou pensando. Queria falar sobre tantas coisas e sobre nada ao mesmo tempo.

Lá fora o gato miava. Uma miasseira que aos meus ouvidos soava como um pedido. Acho que fiquei incomodada com o barulho ou, talvez, por não entender o que ele queria. Tentei me concentrar e ver se entendia. Bobagem! Não se pode entender a língua dos gatos. Somente os gatos podem. Verdade? Mas por que não? Reduvidei!

Hoje o dia não está bom, nem pra mim nem para os gatos... somos todos incompreendidos.

Liguei a TV e estava no canal do Faustão. Não sei porque insistem em deixar neste canal, todos sabem que só vejo a Globo no horário do jornal, e olhe lá!!! Canal 11, uma moça dançava sozinha num palco escuro. Essas danças modernas, dançadas ao som de uma música clássica. Tão clássica que não se consegue compreender, mas, quem disse que se tem que compreender algo? Dançava maravilhosesimamente. BRAVO! Gritei. Mas será que ela compreendia a classidês daquela música? Será que ela imagina o que estava escrito naquelas partituras que ecoando nos ares, penetrando em nossos ouvidos ancorando sumariamente em nossos sentidos? Será que não era somente deixar a técnica da dança tomar conta dos sentidos e criar a própria história daquela música? Seria isso interpretar o desinterpretável?

O gato continua miando, e eu, deslembrando do meu intuito de despensar. Como se pudesse controlar o desejo de desdejar.

Um barulho repentino me provoca um sobressalto. Um assalto? Não! Apenas o gato. Sim, o gato a saltar sobre a fechadura da porta. O desejo do gato é incontrolável. Levanto e vou até a cozinha. Ele vem atrás num pulo. Simples...ele só queria comer.



2 comentários:

Unknown disse...

O que comentar do nao tao comentavel...nos somos assim mesmos,meio assim e meio assados.E com certeza irei entchufar esta em meus recuerdos.

Anônimo disse...

De que fim de ano estamos vivendo mesmo? Que natal é esse? que teimam em ressurgir com roupagens as mais estranhas e familiares... salve ano novo! Feliz ano velho! Viva o amanha! Sorria ao amanhecer!