terça-feira, 12 de julho de 2011

A incrível capacidade de cortar que certos corpos possuem



Há uma linha que a divide ao meio deixando-a à mercê do corte. A Lâmina é fria e há que se ter cuidado para não sangrar demais. Há que se cuidar para que o corte não seja profundo e que não deixe marcas ou cicatrizes irreversíveis.

Era feliz assim, mas não sabia a densidade da lâmina que corta, que perfura e fere o tecido virgem da sua etérea carne.

E as mãos que pretendem percorrer sua alma devem ser suaves e densas, frenéticas e calmas, tranqüilas e nervosas, tocando os seus sentidos inversos e sem medidas.

Não quer suavizar o medo. Há que se ter medo sim. Quer impressa a saliva alheia na sua ferida aberta e que toque profundo na sua tosca dor.

Tosco é o amor que não se deixa sangrar.

(Sandra Knoll)



5 comentários:

Hélio Jorge Cordeiro disse...

Knoll, valeu pela visita! Enzo é um terreno fértil para devaneios escritos! Uma lenda!

Quanto ao poste aqui,estas suas palavras são mesmo cortantes!

bzitos

Mônica disse...

E depois da cicatrização saber que a carne já está pronta para sangrar novamente...

Sandra Knoll disse...

Helinho, só o nome Enzo já causa estremecimentos...hehehe.Obrigada pela visita tb.

Môni...isso é igual a dor de parto,a gente sempre esquece.
beijos

J disse...

"Tosco é o amor que não se deixa sangrar" ... ameiiii a frase. Arrisco até a pensar que o amor que não se deixa sangrar já deixou de ser amor. Gosto muito de passar pelo teu blog.

Jéssica

mauro camargo disse...

hummm...
não deixem as cicatrizes sumirem...