Há uma linha que a divide ao meio deixando-a à mercê do corte. A Lâmina é fria e há que se ter cuidado para não sangrar demais. Há que se cuidar para que o corte não seja profundo e que não deixe marcas ou cicatrizes irreversíveis.
Era feliz assim, mas não sabia a densidade da lâmina que corta, que perfura e fere o tecido virgem da sua etérea carne.
E as mãos que pretendem percorrer sua alma devem ser suaves e densas, frenéticas e calmas, tranqüilas e nervosas, tocando os seus sentidos inversos e sem medidas.
Não quer suavizar o medo. Há que se ter medo sim. Quer impressa a saliva alheia na sua ferida aberta e que toque profundo na sua tosca dor.
Tosco é o amor que não se deixa sangrar.
(Sandra Knoll)