sexta-feira, 19 de setembro de 2008

[A vida encharcada de L]


Enquanto L torcia a roupa encharcada que pingava grandes gotas dentro do tanque encardido, seu suor manchava tênue a disfarçadamente a camisa que cobria a sua pele infestada com as digitais das mãos que haviam percorrido seu corpo minutos antes.
Não havia parte desse corpo que não tivesse sido tocado por essa impressão. Cada pêlo, poro, fio, sonho. Tudo!
L se sentia cansada. Mas havia no seu rosto uma cor diferente. Parecia uma vela acesa em cada maça de seu rosto.
L se sentia cansada, sim. Mas torcia a roupa com força, sem se dar conta que amassava também todas as lembranças que já não estavam mais ali.

3 comentários:

Hélio Jorge Cordeiro disse...

"Lava roupa todo dia, que agonia. (...) Já dizia a melodia do Melodia, sabia? rss

Sem brincadeira, parece mais aquelas coisas se impregna na vida da gente e que nem ácido retira!

Daniel Olivetto disse...

bicha que bafo esse texto

amei!!!

Alex Nascimento disse...

BAFÂO SAN!!!!!!!!!!!!!!!!