sábado, 27 de setembro de 2008

A menina que manchava as toalhas

Todas as manhãs ela fazia a mesma coisa. Das fendas da janela escapavam uns raios de luz que avisavam que o dia raiava. O sono não a deixava romper a aurora e ela corria a se aninhar no fundo da cama.
O sol se cansava de avisar que o dia já estava ali. O sol agora não brilhava mais. Ele se acostumava com a permanência.
E a menina permanecia na cama abraçada ao abraço que a mantinha ali. Os braços que a apertavam eram macios, suaves...
A menina cai da cama num salto...o sol se assusta com o seu pulo e derrama na toalha da mesa o seu raio. A menina corre. Pula os passos leves no chão frio da sala que ainda dorme.
A menina com ciúmes do sol, derrama também sua marca na toalha de mesa da sala que até então dormia. A toalha segue os dias lembrando que a menina esteve ali.

6 comentários:

Hélio Jorge Cordeiro disse...

E a menina, deixou de ser menina para ser uma moçinha... Muito legal, Sandra! Adorei pacas! Pacas? Meu deus, continuo antigo!

Anônimo disse...

proponho um novo conceito para esse seu texto... de surreal para "sun real"... sun realidade... pura sonoridade... puros raios de sol que deixam marcas e desenham no diário de menina segredos e misterios da manhã que esta por vir...

Hélio Jorge Cordeiro disse...

The Flash?! hehe! Que nada Sandra, sou apenas um vento passageiro que sopra por entre vocês!

Daniel Olivetto disse...

ai que tudo...

sempre os rastros pela casa... adoro esse tema...

beijunda

Anônimo disse...

eu tava lembrando disso... como foi legal você ter aparecido aquele dia!
e também nosso encontro casual em Cabeçudas, no voto!

saudade
bjones

Vâmvú disse...

Que texto lindo...
Muito, muito bom...
Não só esse, como outros que já li...
Vou dar uma viajada pelo teu blog e pela tua linda poesia...