sexta-feira, 22 de maio de 2009

Por que eu sempre volto?

Por quê? Por que que eu sempre volto?
Não nos é dado mais o direito do sonho. Sonhar é quase uma utopia nos tempos de hoje. A casa no campo, os amigos, o tempo de fazer nada... O tempo de espera... O tempo urge! O que você não fez hoje não terá mais tempo pra fazer amanhã. E aí, 24 horas passam.
Ele puxa o cobertor durante a noite e vê ao seu lado a ausência. Tem dias mesmo que nem mais a sente por perto.
Não nos é dado o tempo de semear. Os frutos vêm prontos e enxertados. Tudo embalado hermeticamente pra não dar trabalho.
Eu volto porque preciso. Não porque eu quero! Às vezes acho chato voltar, mas quando vejo que é a única coisa que ainda posso fazer por mim, não tenho escolha.
A outra porta t aberta, mas mesmo assim eu fico.. Finjo que vou sair que não quero mais. Eu só finjo. Eu preciso ficar. O que seria de mim se eu saísse?
Eu preciso desse sonho, dessa utopia, desse encontro com o que não é real. Eu preciso ser esse que ainda tem o que falar e o que discutir. Se eu não tivesse mais isso seria um degenerado.

4 comentários:

Hélio Jorge Cordeiro disse...

A volta da dúvida é sempre bem vinda quando não se sai do lugar! rsss

bjos

mauro camargo disse...

poxa! quando não voltar me avisa...
eu só acho que as embalagens hermeticamente fechadas dão um trabalhão danado... e que almas a gente encontra dentro!!!

Isabel disse...

adorei e vou voltar...aos seus escritos inspirados. Isabel Carvalho

Daniel Olivetto disse...

"se eu quisesse mesmo eu ia pela outra porta pois eu sei que esta está trancada... mas eu ensaiei, eu sei que é ficção, e eu tenho que sair por esta porta... e eu tenho que saber porque que eu volto... porque que eu volto?"