sexta-feira, 22 de maio de 2009

Por que eu sempre volto?

Por quê? Por que que eu sempre volto?
Não nos é dado mais o direito do sonho. Sonhar é quase uma utopia nos tempos de hoje. A casa no campo, os amigos, o tempo de fazer nada... O tempo de espera... O tempo urge! O que você não fez hoje não terá mais tempo pra fazer amanhã. E aí, 24 horas passam.
Ele puxa o cobertor durante a noite e vê ao seu lado a ausência. Tem dias mesmo que nem mais a sente por perto.
Não nos é dado o tempo de semear. Os frutos vêm prontos e enxertados. Tudo embalado hermeticamente pra não dar trabalho.
Eu volto porque preciso. Não porque eu quero! Às vezes acho chato voltar, mas quando vejo que é a única coisa que ainda posso fazer por mim, não tenho escolha.
A outra porta t aberta, mas mesmo assim eu fico.. Finjo que vou sair que não quero mais. Eu só finjo. Eu preciso ficar. O que seria de mim se eu saísse?
Eu preciso desse sonho, dessa utopia, desse encontro com o que não é real. Eu preciso ser esse que ainda tem o que falar e o que discutir. Se eu não tivesse mais isso seria um degenerado.